terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Terroristas...

A cave do prédio em ruínas assistia ao culminar de uma operação que levara anos a preparar. Os terroristas, orgulhosos por terem sido escolhidos, ansiavam agora por essa última viagem que os levaria ao paraíso.
Ultimados os preparativos, o chefe da organização pendura o calendário onde assinalará o dia do terrifico atentado.
-Dia 7 - determinou o chefe como data certa.
Na sala fez-se silêncio. Ao fundo, um murmúrio e um dedo no ar. A voz trémula sai de um individuo que interpreta o líder.
- Chefe... posso? - o chefe incentiva-o a que se pronuncie:
- Sim. Diga.
- É que... dia 7 não posso. Tenho dentista.
- Hummm! - o chefe ponderou. Olhando novamente para o calendário, riscou o dia 7 e escolheu um novo dia. - 9. Dia 9, fixem bem.
Alguém tosse e há nova interpelação:
- Chefe! Desculpe.
- Sim? - responde o chefe com a sua voz inquisidora.
- É que... dia 9 tenho a festa da escola dos miúdos. Já prometi que ia filmar.
- Dia 9? - volta a olhar para o calendário. Volta a riscar o dia e aponta outro mais à frente. - 14. E não se altera mais vez nenhuma - comunica, já incomodado.
- Cof! Cof! Cof! - todos os presentes tossem em uníssono.
- O que é que tem o dia 14?
Os operacionais entreolham-se, esperando que um deles ganhe coragem para explicar. Ao fundo, um esclarece.
- É que dia 14 vamos jogar à bola com os terroristas de Al Axa. É a final, chefe.
A unanimidade na sala faz com o líder nem questione o pedido. Volta para o calendário e procura nova data.
- E a 16? - sugere alguém na sala. O chefe finge que não ouve e continua apontando para o calendário.
- 16, chefe. A 16! - grita novamente.
O chefe hesita. Volta-se e esclarece.
- A 16 não posso eu. A mais nova faz anos.
Silêncio na sala.
Ainda se tentaram mais vinte e tal datas, mas não foi conseguído quorum.
A decisão foi adiada para nova reunião...


E depois dá nisto...

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